O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) intensificou sua pressão sobre o governo federal através de novas invasões de propriedades contra produtores agrícolas. Na terça-feira (3), os integrantes do MST ocuparam duas fazendas localizadas no município de Pedras Altas, no Rio Grande do Sul, que foi fundada em 1870.
“Com o lema Natal com Terra, famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam duas áreas no município de Pedras Altas, no Rio Grande do Sul”, divulgou o MST em nota nas redes sociais.
O movimento complementou dizendo que a ocupação em Pedras Altas ocorreu em duas fazendas, totalizando 2 mil hectares, com famílias do Acampamento Sebastião Sales de Hulha Negra.
Além disso, outros grupos de famílias de quatro acampamentos gaúchos iniciaram uma vigília na sede do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Porto Alegre, sem previsão de término.
Uma das propriedades invadidas, a Cabanha Santa Angélica, é considerada uma das mais tradicionais da região.
Com uma longa tradição, a Cabanha se destaca pela criação de cavalos Crioulos e gado das raças Hereford e Braford, além de ovinos Romney Marsh e gado leiteiro.
A propriedade é referência em excelência genética, contribuindo significativamente para a pecuária brasileira ao longo dos anos.
Em 2021, a Cabanha recebeu o prêmio Supremacia Genética da raça Hereford. O touro Greene Wisdom 6129, de tatuagem 6129, foi destaque entre os machos da geração 2019, alcançando um Índice Final de 34,16.
O proprietário, Ramiro Costa, confirmou a ocupação ao portal de notícias rurais Canal Rural e foi a caminho do local para obter mais detalhes.
No Pará, outra ocupação foi registrada em uma região de conflito.
Essas iniciativas do MST têm gerado reações tanto por parte dos proprietários rurais quanto de autoridades locais.
Em Santa Catarina, por exemplo, uma tentativa de invasão em Canoinhas foi prontamente contida pela Polícia Militar, resultando, segundo a deputada federal Caroline de Toni, na prisão de quatro líderes do movimento invasor. Eles foram autuados por invasão de propriedade e dano ao patrimônio.
A insatisfação do MST não é isolada e vem se intensificando ao longo dos últimos anos.
Em abril de 2024, por exemplo, foram registradas 35 invasões de terras durante o período conhecido como “Abril Vermelho”, que marca a memória do massacre de Eldorado dos Carajás. Esse número superou o total de ações registradas em cada um dos cinco anos anteriores.