Entre 14 e 19 de julho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) fez uma “missão técnica” em Havana. Estiveram presentes gestores de duas instituições cubanas: o Instituto de Ciência Animal (ICA) e a Estação Experimental de Pastagens e Forragens Índio Hatuey, da Universidade de Matanzas.
O objetivo foi analisar, sugerir ajustes e maquinar as próximas ações, tendo em vista a implementação de “projetos bilaterais” entre os países, de acordo com o Mapa. O órgão brasileiro acrescenta que as atitudes pretendem auxiliar a recuperação de áreas degradadas, assim como a melhoria de sistemas agropecuários no país, cujo regime é o comunismo.
Durante a estadia, funcionários públicos brasileiros participaram de atividades de campo em propriedades rurais nas regiões de Mayabeque e Matanzas, onde há pecuária bovina e caprina. Eles observaram o que a população local faz para controlar a proliferação do marabu – arbusto espinhoso que compromete 18% das terras agricultáveis cubanas.
O coordenador-geral do Departamento de Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Rodrigo Almeida, justificou a viagem. Para ele, a cooperação com Cuba visa melhorar a segurança alimentar e nutricional da população residente no país caribenho, além de aprimorar a tecnologia da agricultura no Brasil.
“Esses projetos reforçam a presença internacional do Ministério da Agricultura na América Central e Caribe, com ações de cooperação técnica, bem como os laços do Mapa com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC)”, argumentou Almeida.
A delegação brasileira contou também com outros três técnicos: o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alexandre Barcellos; o coordenador de Recuperação de Áreas Degradas, Eudóxio Oliveira; e o coordenador de Cooperação Internacional da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, Lucas Fiuza.
Representantes do governo Lula também estiveram em Cuba, em março deste ano. A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, viajou à ilha, onde assinou acordo de intercâmbio e cooperação com o Partido Comunista cubano.
O documento teve os mesmos moldes de outro firmado em setembro de 2023, entre o Brasil e o Partido Comunista da China (PCCh). Em abril do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou para Xangai e Pequim, onde também assinou outros 15 acordos com a China, alguns relacionados ao setor do agronegócio.