O Boletim Hortigranjeiro de julho de 2024 publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apresenta um panorama misto para o setor hortigranjeiro no Brasil. A queda significativa nos preços de várias hortaliças beneficiou os consumidores, enquanto a produção e exportação de frutas enfrentam desafios para os produtores. A abertura de novos mercados internacionais para os produtos agrícolas brasileiros traz esperança para o setor.
Queda de preços das hortaliças
A alface teve uma redução média de 25,03% nos preços, com a maior queda observada na Ceasa/PE em Recife, onde o preço caiu 46,49%. Outros entrepostos, como São Paulo e Belo Horizonte, também registraram quedas acentuadas, com diminuições de 21,61% e 26,79%, respectivamente.
A cebola continuou a tendência de queda iniciada em maio, com uma redução média de 10,83% em junho. A CeasaMinas em Belo Horizonte registrou a maior queda, com uma redução de 19,20%, enquanto a Ceasa/ES em Vitória foi a única a apresentar aumento, com uma alta de 5,61% nos preços.
Os preços da cenoura também caíram, com uma média ponderada de 26,10% de redução. A maior queda foi registrada na Ceasa/GO em Goiânia, com uma diminuição de 35,76%. Em São Paulo, o preço caiu 35,67%, e em Recife, a queda foi de 25,56%.
O tomate, por sua vez, teve uma redução média de 6,11% nos preços. Recife novamente liderou com a maior queda, de 50,77%, enquanto algumas Ceasas, como Belo Horizonte e São José, registraram aumentos nos preços.
Desafios na produção e exportação de frutas
No entanto, no acumulado do primeiro semestre de 2024, o volume total de frutas exportadas foi de 409 mil toneladas, uma queda de 8,44% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar disso, o faturamento com exportações aumentou 0,5%, atingindo US$ 476,1 milhões.
Esse aumento foi impulsionado pela abertura de 72 novos mercados internacionais pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, beneficiando 30 países.
Os Países Baixos, Reino Unido e Espanha foram os maiores compradores. As frutas mais exportadas incluíram melões, limões, limas, mangas, melancias, bananas, abacates, mamões, maçãs, pêssegos e cocos.
Impacto das condições climáticas
As condições climáticas adversas tiveram alto impacto na produção de batata e cenoura. No Paraná, o calor intenso no plantio resultou em menor produtividade e menores volumes produzidos. No Rio Grande do Sul, as chuvas e enchentes causaram perdas nas áreas produtoras.
Em termos anuais, a quantidade de hortaliças comercializadas nas Ceasas analisadas teve uma queda de 2% em relação ao mesmo período de 2023. A oferta baiana e mineira de batata teve um crescimento de 13% e 7%, respectivamente, mas foi insuficiente para compensar a queda de 26% na oferta do Paraná e 19% do Rio Grande do Sul.
Abertura de novos mercados:
A abertura de novos mercados internacionais é uma boa notícia para o setor hortigranjeiro. Nos primeiros seis meses de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária abriu 72 mercados para exportação de produtos agrícolas brasileiros, beneficiando 30 países.