Guilherme Campos é nomeado no Política Agrícola do Ministério da Agricultura

Leilão organizado pelo governo gerou diversos indícios de corrupção, o que levou à exoneração de dois diretores no Ministério da Agricultura.

Por Redação Epoch Times Brasil
10/07/2024 14:24 Atualizado: 10/07/2024 15:29

O governo federal nomeou na terça-feira (9) Guilherme Campos Júnior como novo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária. A nomeação foi publicada no Diário da União e oficializada pelo ministro Carlos Fávaro, após o afastamento de Neri Geller devido a suspeitas de irregularidades em leilões de arroz realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Quem é Guilherme Campos?

Guilherme Campos Júnior, nascido em 20 de novembro de 1962, é um político brasileiro e comerciante. Ele começou sua carreira política como vice-prefeito de Campinas de 2005 a 2007, durante o mandato do prefeito Hélio de Oliveira Santos. Em 2007, foi eleito deputado federal por São Paulo, cargo que ocupou até 2015. Durante seu tempo como deputado, Campos foi membro do PFL, DEM e, posteriormente, do PSD.

Em 2016, Guilherme Campos assumiu a presidência dos Correios, posição que manteve até 2018. Após sua saída, ele passou a ocupar o cargo de diretor de administração e finanças do Sebrae São Paulo em 2019 e agora assume o cargo de Neri Geller.

A polêmica do arrozão e a demissão de Neri Geller

Neri Geller foi afastado após a realização de um leilão de arroz em 6 de junho, que levantou suspeitas de manipulação e favorecimento de alguns compradores. As investigações indicaram irregularidades, levando o governo a cancelar o leilão. A oposição busca iniciar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, conhecido como “Arrozão”.

O escândalo envolveu denúncias de que empresas sem tradição no setor agrícola, como uma locadora de veículos, foram favorecidas no leilão. Além disso, tanto Neri Geller quanto o diretor executivo de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago José dos Santos, foram acusados de ter relações próximas com empresários que intermediavam os lotes arrematados. Essa proximidade levantou suspeitas de conflito de interesse e tráfico de influência, resultando na decisão do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, de exonerar Santos.

A CPI do “Arrozão” foi proposta pelo deputado tenente-coronel Zucco (PL-RS) e já conta com 159 assinaturas. O objetivo da comissão é investigar as irregularidades nos leilões e responsabilizar os envolvidos em possíveis esquemas fraudulentos. Zucco afirmou que o cancelamento do leilão é uma “confissão de culpa” e que a investigação é necessária para esclarecer os fatos e garantir a transparência nos processos de compra e venda de produtos agrícolas.