A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), anunciou nesta quarta-feira (29), a data da compra de arroz importado, em meio a intensos protestos do setor agropecuário. Marcado para o dia 6 de junho, a decisão anunciada na última semana, visa enfrentar a escassez e estabilizar os preços do produto no mercado interno. No entanto, encontrou forte resistência dos produtores nacionais.
A Conab justificou que a decisão vem da necessidade de uma intervenção para evitar uma crise de abastecimento e uma oferta acessível ao povo gaúcho. O órgão destacou que a importação é uma solução temporária, enquanto medidas de médio e longo prazo são implementadas para fortalecer a produção nacional.
Reação do setor agropecuário
A bancada ruralista no Congresso, junto com diversas associações de produtores, criticou duramente a iniciativa do governo. Segundo eles, a importação de arroz prejudica os produtores nacionais, que já enfrentam desafios como altos custos de produção e concorrência desleal.
Deputados ligados ao agronegócio argumentaram que a importação massiva de arroz é uma solução paliativa que não resolve os problemas estruturais da agricultura brasileira. Eles defendem que o governo deveria investir em políticas de incentivo à produção local, como subsídios, crédito facilitado e redução de impostos, para fortalecer a capacidade produtiva interna.
Em uma publicação da Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz), o presidente da Abiarroz, Carlos Eduardo Borba Nunes, afirmou: “o abastecimento do país para 2024 nós consideramos que está garantido.”
O presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rodrigo Machado, também não vê problemas de desabastecimento mesmo após os alagamentos. De acordo com o instituto, fenômenos climáticos podem afetar a produtividade mas “que será compensada pelo aumento de área que ocorreu em relação à safra passada”
Rodrigo Machado, presidente do Irga também entende que não há chance alguma de desabastecimento: “Mesmo considerando as perdas, temos uma safra praticamente idêntica à anterior, o que nos leva a inferir que não haverá desabastecimento de arroz”.
Resposta do governo
Em resposta às críticas, o Ministério da Agricultura reiterou o compromisso do governo com o que chamou de “fortalecimento da produção nacional”.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a importação é uma medida emergencial e que o governo está combatendo o aumento do preço devido a diminuição da produção, ou, “especulação de preço”