As exportações do agronegócio brasileiro caíram 5,8% em novembro de 2024, somando US$ 12,66 bilhões, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. A retração foi causada principalmente pela redução no volume exportado de soja e milho, além da queda nos preços internacionais.
Apesar do impacto negativo nos grãos, setores como carnes e café registraram crescimento e atingiram recordes históricos no mês.
O volume total de grãos exportados caiu de 13,0 milhões de toneladas em novembro de 2023 para 7,8 milhões de toneladas no mesmo mês deste ano. A soja em grãos, principal produto do setor, registrou queda de 50,9% no volume exportado, somando apenas 2,6 milhões de toneladas.
A China, maior mercado para a soja brasileira, adquiriu US$ 919,45 milhões em novembro de 2024, uma redução de 61,5%. O preço médio da soja também caiu 17%, intensificando o impacto na receita.
O milho enfrentou uma retração semelhante. As exportações do grão caíram 36,2% em volume, totalizando 4,7 milhões de toneladas. Em valores, o produto somou US$ 967,89 milhões, com uma redução de 8,6% no preço médio de exportação.
Apesar do recuo geral, o Egito destacou-se no mercado de milho, aumentando suas compras em 598,2% e tornando-se um dos maiores destinos do cereal brasileiro em novembro.
Setor de carnes registra recordes
Enquanto os grãos tiveram resultados negativos, o setor de carnes bateu recordes históricos para o mês de novembro. As exportações somaram US$ 2,45 bilhões, um crescimento de 30,2% em comparação ao mesmo período de 2023.
A carne bovina foi o principal destaque. Com um aumento de 29,9%, o setor faturou US$ 1,23 bilhão no mês. O crescimento foi impulsionado pela alta demanda internacional, especialmente da China, que importou US$ 581,86 milhões, representando 52,4% das exportações do produto.
Outros mercados de carne bovina também tiveram aumentos significativos. As vendas para os Estados Unidos cresceram 146,9%, enquanto o México registrou alta de 140,6%.
A carne de frango seguiu a mesma tendência, com exportações de US$ 876,92 milhões, um aumento de 31,8%. O México destacou-se como o maior comprador, com US$ 89,18 milhões (+135,4%), superando mercados tradicionais como Emirados Árabes e Japão.
A carne suína também teve crescimento expressivo, com vendas de US$ 289,40 milhões (+30,8%). As Filipinas tornaram-se o principal mercado, com um aumento de 160,5% nas compras, totalizando US$ 60,90 milhões.
Café e produtos florestais em alta
O setor cafeeiro foi outro destaque de novembro, atingindo exportações de US$ 1,47 bilhão, uma alta de 84,4% em comparação ao ano anterior. A elevação foi impulsionada tanto pelo aumento de preços quanto pelo volume recorde exportado.
A União Europeia foi o principal destino do café brasileiro, comprando US$ 633,12 milhões (+73,8%). Os Estados Unidos e o México também registraram aumentos significativos, com este último ampliando suas compras em 820%.
As exportações de produtos florestais cresceram 29,1%, totalizando US$ 1,51 bilhão. A celulose liderou o setor, com vendas de US$ 877,34 milhões. A China foi o maior mercado, seguida por União Europeia e Estados Unidos.
Mudança nos mercados
As exportações para a Ásia recuaram 33,4%, totalizando US$ 4,99 bilhões em novembro. Em contrapartida, as vendas para os países do NAFTA (EUA, Canadá e México) cresceram 50,4%, alcançando US$ 1,87 bilhão.
O bloco norte-americano superou a União Europeia em participação nas exportações do agronegócio brasileiro. Produtos como café, carne bovina e celulose impulsionaram o crescimento.
Apesar dos desafios enfrentados por alguns setores, o agronegócio brasileiro demonstra resiliência. No acumulado dos últimos 12 meses, as exportações totalizaram US$ 166,06 bilhões, um aumento de 1,1% em relação ao período anterior.