As exportações de frutas brasileiras sofreram uma queda em 2024, de acordo com o Boletim Hortigranjeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), destacando os desafios enfrentados pelo setor devido a fatores climáticos e logísticos.
O volume total exportado até setembro foi de 667,15 mil toneladas, uma diminuição de 3,87% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar da queda em volume, o faturamento aumentou 5,98%, alcançando US$ 854 milhões. Esse aumento foi impulsionado pelo câmbio favorável e pela alta demanda internacional.
De acordo com a Conab, a menor oferta de frutas como bananas, maçãs e uvas impactou a capacidade do Brasil de atender à demanda externa. A seca prolongada e as geadas severas reduziram a produtividade das lavouras, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Além disso, dificuldades logísticas e o aumento do custo dos insumos agravaram os problemas enfrentados pelos produtores.
Mesmo assim, a menor oferta mundial e a taxa de câmbio favorável ajudaram a aumentar o valor das vendas, mitigando parte dos impactos da queda na produção. As frutas que lideram as exportações são limões, limas, mangas, melões, melancias, bananas, mamões, abacates, maçãs, pêssegos e figos.
Limões, limas e mangas se destacaram pelo crescimento em valor exportado, enquanto bananas e maçãs enfrentaram dificuldades. A seca e as geadas comprometeram a qualidade e quantidade das frutas, impactando especialmente as bananas do Vale do Ribeira e as maçãs do Sul.
A Conab alerta que a queda no volume deve continuar até o final do ano, com expectativas de que o total exportado não ultrapasse os níveis de 2023. Contudo, o faturamento pode superar US$ 1 bilhão.
Apesar dos desafios, o setor hortigranjeiro brasileiro se prepara para 2025 com otimismo. A volta das chuvas deve melhorar as condições das lavouras, favorecendo a recuperação da produção. Em 2025, espera-se um volume maior de frutas para exportação, contribuindo para a retomada do crescimento.
O setor aposta em melhorias tecnológicas e na adoção de boas práticas agrícolas para enfrentar as dificuldades climáticas e aumentar a resiliência das culturas. Investimentos em tecnologias de produção, como sistemas de irrigação eficientes e monitoramento do solo, visam garantir maior eficiência e reduzir custos.
Além disso, o investimento em cultivares mais resistentes e a melhoria da logística de transporte e armazenamento são pontos fundamentais.