As exportações de café do Brasil registraram um desempenho histórico em 2024, com volume e receita cambial recordes. Nos primeiros onze meses do ano, foram exportadas 46,399 milhões de sacas de 60 kg.
O recorde anterior, de 44,707 milhões de sacas, havia sido alcançado em 2020. Esse volume de 2024 representa um crescimento de 32,2% em relação ao mesmo período de 2023.
A receita cambial também foi histórica, totalizando US$ 11,302 bilhões, um aumento de 22,3% comparado ao recorde de 2022. Esse desempenho reflete a força do mercado cafeeiro brasileiro.
Em novembro de 2024, o Brasil exportou 4,662 milhões de sacas, registrando um crescimento de 5,4% frente ao mesmo mês do ano anterior. A receita cambial desse mês somou US$ 1,343 bilhão, aumento expressivo de 62,7% em comparação a novembro de 2023.
O preço médio da saca em novembro foi de US$ 288,12. Isso reforça a relevância do Brasil como fornecedor global de café de alta qualidade.
Com dezembro ainda por contabilizar, espera-se que os números finais de 2024 consolidem o ano como o melhor da história para o café brasileiro.
Destaques por tipo e destino
Do volume total exportado entre janeiro e novembro, 91,9% corresponderam a café verde. Desses, 79,7% foram de Coffea arabica (33,97 milhões de sacas) e 20,3% de Coffea canephora (8,67 milhões de sacas).
Adicionalmente, 3,73 milhões de sacas foram de café industrializado, representando 8,1% do total exportado.
Os Estados Unidos lideraram como principal destino, com 16% das exportações totais. Alemanha, Bélgica e Itália também foram grandes compradores.
O México se destacou entre os mercados emergentes, com crescimento de 177% nas importações em relação ao ano anterior.
Cafés diferenciados
Os cafés diferenciados, de maior qualidade ou com certificação sustentável, representaram 17,5% do volume exportado. Foram 8,11 milhões de sacas.
Esse segmento gerou US$ 2,185 bilhões, equivalente a 19,3% da receita total. O preço médio desse tipo de café foi de US$ 269,41, um aumento de 57% em relação a 2023.
Desafios logísticos
Mesmo com resultados positivos, problemas logísticos impactaram o setor. Falhas na infraestrutura portuária levaram a perdas de US$ 489,72 milhões até outubro, com 1,717 milhão de sacas não embarcadas.
Para contornar esses desafios, o setor adotou soluções criativas, como embarques alternativos e ajustes operacionais.
