Thiago José dos Santos, diretor executivo de Operações e Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entrou em licença remunerada nesta sexta-feira (14), em meio à controvérsia sobre a anulação de lotes no leilão de compra pública de arroz importado.
Ele tem previsão de retorno até o dia 21 de junho, seguido por outra licença de 8 a 19 de julho, conforme divulgado na agenda oficial da Conab.
De acordo com informações do Globo Rural, a ausência temporária de Santos se deve à necessidade de acompanhar um procedimento de saúde da esposa e aproveitar o período de férias escolares do filho, embora os motivos não tenham sido detalhados oficialmente pela Conab ou pelo Ministério da Agricultura.
A permanência de Santos no cargo está sob avaliação do governo, devido a irregularidades no edital do leilão e à sua proximidade com Robson Luiz de Almeida França, presidente da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e sócio da Foco Corretora, empresa que intermediou a maior parte dos lotes arrematados.
Ambos foram assessores parlamentares do ex-deputado federal Neri Geller, levando a Controladoria Geral da União (CGU) a investigar possíveis conflitos de interesse, tráfico de influência e favorecimento no processo do leilão.
O destino de Santos como diretor será decidido pelo Conselho de Administração (Consad) da Conab durante sua reunião ordinária marcada para a próxima quinta-feira (20).
A polêmica envolvendo Santos coincide com a recente decisão da Conab de revogar o leilão público para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado e beneficiado tipo 1, realizado em 6 de junho.
O governo federal anunciou a anulação do certame, cancelando também o leilão programado para o dia seguinte, destinado à compra de 36,6 mil toneladas. O comunicado oficial foi assinado por Thiago José dos Santos, dois dias antes de entrar em licença remunerada, juntamente com o diretor presidente da companhia, Edegar Pr.