Uma pesquisa publicada na quarta-feira (24) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)/SENAR, destacou os principais obstáculos que os produtores enfrentam. O agronegócio brasileiro, conhecido por sua resistência e competitividade global, enfrenta uma série de desafios estruturais e regulatórios que dificultam sua expansão no mercado internacional.
Além da ausência de uma estratégia clara, outros problemas críticos incluem a qualidade insuficiente da infraestrutura, a alta taxa de juros, e o elevado custo do transporte doméstico, cada um apontado por mais de 60% dos participantes como barreiras significativas para a exportação de produtos agrícolas. A complexidade da legislação brasileira e a falta de promoção comercial também foram citadas como entraves relevantes.
O estudo revela que, apesar do Brasil ser um dos maiores exportadores de produtos agropecuários, com um mercado consolidado para produtos como soja, açúcar, café, celulose e carnes, há uma baixa diversificação na pauta exportadora. Produtos como frutas, mel e pescados, apesar de significativos na produção nacional, têm pouca relevância no comércio internacional.
Os desafios são particularmente acentuados entre os produtores que ainda não exportam mas têm intenção de fazê-lo. Para esse grupo, a falta de orientação estratégica é o principal obstáculo, seguido de perto pelas dificuldades de acesso ao crédito e pela complexidade na elaboração de planos de exportação. Esses pretendentes enfrentam outras dificuldades, como a necessidade de capacitação para cumprir exigências de certificação e a identificação de mercados potenciais para seus produtos.
Já entre os exportadores estabelecidos, a qualidade da infraestrutura é o maior problema, afetando 75,3% dos entrevistados. Eles também destacam a volatilidade do câmbio e a ausência de apoio governamental adequado como desafios prementes. Este grupo avalia de forma mais crítica os aspectos operacionais do processo de exportação, que incluem desde a logística até a regulação aduaneira.
A pesquisa também aponta para diferenças regionais nos desafios enfrentados. Produtores do Nordeste, por exemplo, citaram a ausência de protocolos sanitários e fitossanitários com outros países como um problema significativo, enquanto no Sul, a falta de acordos comerciais foi mais criticada.
As complexidades legais e regulatórias no Brasil, junto com as exigências de certificação para determinados mercados, dificultam a conformidade com as normas internacionais. A falta de profissionais qualificados para gerenciar esses processos e a dificuldade em elaborar planos de internacionalização são barreiras adicionais que impedem os produtores de explorar plenamente as oportunidades no exterior.