Clima beneficia cultivo de algodão e trigo

Clima favorável e aumento da área plantada impulsionam alta na produção de algodão, trigo, castanha-de-caju e feijão, segundo levantamento do IBGE.

Por Matheus de Andrade
12/09/2024 17:52 Atualizado: 12/09/2024 17:52

A produção de algodão, trigo, castanha-de-caju e feijão no Brasil deve crescer em 2024 de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) publicado na quinta-feira (12) pelo IBGE. Além do clima, o aumento da área plantada e melhorias na gestão de recursos impulsionaram esse crescimento.

A produção de algodão deve crescer 11,2% em 2024, atingindo 8,6 milhões de toneladas. No Mato Grosso a área plantada aumentou 13,6%. A produção deve subir 14,6%, alcançando 6,1 milhões de toneladas.

O clima favorável no início da safra ajudou os produtores de algodão a superar a falta de chuvas anterior. A troca de áreas de milho por algodão, motivada pelos preços menos atrativos do milho, também ampliou a área plantada.

A Bahia, segundo maior produtor do país, deve aumentar a produção de algodão para 1,8 milhão de toneladas, um crescimento de 2,2% em relação ao ano anterior.

Trigo atinge recordes de produção

A produção de trigo deve crescer 16,1% em 2024, alcançando 9 milhões de toneladas. O aumento da área plantada, principalmente no Rio Grande do Sul, maior produtor do país, contribuiu para esse resultado, com o estado registrando alta de 66,7% e produção de 4,4 milhões de toneladas.

O desempenho do Rio Grande do Sul reflete a recuperação após os problemas climáticos de 2023, que frustraram a safra. Em 2024, o clima mais favorável permitiu a recuperação da área cultivada e um aumento de 31,3% no rendimento médio.

Contudo, estados como Paraná e Santa Catarina enfrentam desafios. O Paraná, segundo maior produtor de trigo, deve ter uma queda de 13% na produção, estimada em 3,1 milhões de toneladas, devido à falta de chuvas, apesar da estabilidade na área plantada.

Castanha-de-caju e feijão também avançam

A produção de castanha-de-caju cresceu 29,4% em relação a 2023, atingindo 151,2 mil toneladas. O clima favorável no nordeste, principal região produtora, e o aumento de 24,4% no rendimento por hectare impulsionaram esse avanço.

A produção de feijão da terceira safra cresceu 0,4%, alcançando 791,1 mil toneladas. O aumento foi impulsionado pelo uso de tecnologias de irrigação e manejo eficiente, além da expansão de áreas irrigadas em estados como Minas Gerais, importante produtor.

Perspectivas para cada região

As projeções do IBGE indicam variações regionais significativas. A produção na região Norte deve crescer 12%, impulsionada pelo algodão e feijão, enquanto o Sul terá um aumento de 0,2%, com destaque para o trigo. Já o Centro-Oeste e o Sudeste enfrentarão quedas de 10,3% e 11,7%, respectivamente, devido a fatores climáticos e ajustes de área.

O levantamento do IBGE revela um cenário de contrastes na agricultura em 2024. Culturas como algodão, trigo e castanha-de-caju mostram crescimento, enquanto outras enfrentam desafios com o clima e ajustes de área.