Invasões de terra assombraram produtores rurais no último final de semana no interior de São Paulo. O ato – protagonizado pela Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), que o apelida “Carnaval Vermelho” – recebeu o repúdio de grupos do agronegócio brasileiro.
Na quarta-feira, 22, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), publicou uma nota rechaçando a ação e pedindo por intervenção do governo federal para promover a paz no campo.
“A Abag repudia todo e qualquer ato de invasão a propriedades, públicas ou privadas, destinadas à produção agroindustrial e clama para que o atual governo intervenha junto às lideranças dos movimentos insurgentes no sentido de apaziguar a vida no campo, para que a agricultura e a pecuária brasileiras continuem sendo a locomotiva da economia nacional, cuja contribuição se mantenha ou até supere os 25% de nosso PIB”, disse a organização.
A Associação de Produtores de Soja e Milho do Estado de São Paulo (Aprosoja-SP) diz que “condena veementemente a relativização do direito de propriedade, a destruição de patrimônio”. Para a Sociedade Rural Brasileira (SRB), “a ação desses movimentos fere o direito de propriedade e traz insegurança jurídica para o campo”.
Em seu Twitter, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) escreveu que “Em uma semana, já foram mais invasões que em todo o governo anterior”
Segundo reportagens, a FNL, liderada por José Rainha, ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), comumente programa invasões em série em propriedades rurais nessa época do ano há pelo menos 13 anos. Esses eventos, no entanto, haviam sido suspensos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As propriedades invadidas se concentram no oeste de São Paulo, nos municípios de Marabá Paulista, Presidente Prudente, Sandovalina e Rosana. Segundo a FNL, a ação reivindica “terra, trabalho, moradia e educação, através da ocupação de terras que já foram reconhecidas como públicas pela Justiça, porém ainda permanecem abandonadas sem cumprir seu uso social”.
O Tribunal da Justiça do Estado de São Paulo deferiu o pedido dos proprietários e concedeu o prazo de 5 dias para a saída dos invasores.
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