Uma auditoria conduzida pela Peterson revelou que a produção de algodão no Brasil, especialmente no cerrado baiano, está em conformidade com as normas estabelecidas por organizações internacionais, ao contrário do que foi divulgado por uma ONG britânica. Os resultados da análise foram divulgados nesta terça-feira, 23.
Recentemente, a Earthsight, uma ONG com sede em Londres dedicada à investigação de crimes ambientais, fez acusações contra a indústria nacional de cotonicultura, alegando práticas prejudiciais ao meio ambiente. Segundo a denúncia, parte da produção de algodão no oeste da Bahia estaria associada a casos de desmatamento, grilagem de terras e poluição.
A Organização ainda apontou que cerca de 800 mil toneladas de algodão brasileiro que seriam fruto do desmatamento do Cerrado – foram enviados para a Ásia e se transformaram em 250 milhões de peças de roupas das duas das principais empresa varejistas da moda, Zara e a H&M.
Contudo, após a análise da Peterson, encomendada pela Better Cotton, as acusações da Eathsight caíram por terra. O relatório examinou a conformidade, ou sua ausência, das fazendas Paysandu (SLC Agrícola), certificada pela ABR e licenciada pela BCI, e das fazendas Sagarana e Timbaúba Sítio Grande (Horita), localizadas na região de Matopiba, no oeste do Estado da Bahia. O objetivo foi avaliar o cumprimento das normas e dos parâmetros estabelecidos por esses dois programas de certificação.
A Abrapa, Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, publicou uma nota em que diz receber “com satisfação a publicação da análise da Peterson e sua decisiva refutação das alegações infundadas feitas pela Earthsight”.
Veja as principais conclusões da auditoria:
- O processo de certificação das três fazendas que produzem ABR/Better Cotton foi considerado válido e em conformidade.
- Com relação às violações alegadas pela Earthsight (corrupção, violações de direitos fundiários, apropriação de terras para conservação, desmatamento ilegal, pulverização aérea irregular, coerção e intimidação de comunidades tradicionais, impactos negativos sobre a biodiversidade e incêndios intencionais), não foram encontradas incidências de violações ou não conformidade com a versão 2.1 do Padrão de Princípios e Critérios da Better Cotton.
- Comparando o padrão ABR/Better Cotton com outros padrões socioambientais, a Peterson fez uma série de sugestões para incorporação no padrão ABR/Better Cotton para ajudar a tornar o padrão mais robusto na identificação de riscos de irregularidades e, portanto, aumentar a confiabilidade da certificação.
- A Abrapa está revisando ativamente essas recomendações em colaboração com a Better Cotton. em nossa abordagem estratégica de melhoria e evolução constante do protocolo ABR.